Pesquisar no Blog

quarta-feira, 24 de março de 2010

As melhores coisas demandam esforço - A.W. Tozer

AS MELHORES COISAS
DEMANDAM ESFORÇO
A. W. Tozer


Em nosso torcido mundo, as mais
importantes coisas muitas vezes são as mais
difíceis de aprender; e inversamente, as coisas
que vêm fácil são na maioria das vezes de pouco
valor real no longo prazo.
Isso se vê claramente na vida cristã, onde
muitas vezes acontece que aquilo que aprendemos
a fazer sem dificuldade são as mais superficiais
e menos importantes atividades, e os verdadeiramente
vitais exercícios tendem a ser
omitidos devido à dificuldade de pô-los em prática.
Isto é mais facilmente visto em nossas
variadas formas de trabalho cristão, particularmente
no ministério. Ali as mais difíceis atividades
são as que produzem maior fruto, e os
menos frutíferos serviços se desempenham com
menor esforço. Esta é uma armadilha em que
não cairá o ministro sábio, ou se ele perceber que
nela está preso, importunará céu e terra em sua
determinada luta para escapar dela.
Orar com sucesso é a primeira lição que
o pregador tem de aprender se quiser pregar
frutiferamente; embora a oração seja a mais
difícil tarefa para a qual ele é chamado. Como
homem será a atividade que será tentado a menos
pôr em prática do que qualquer outra. Ele
tem de determinar o coração para conquistar pela
oração, e isso significa que primeiro tem de comquistar
sua própria carne, porque é a carne que
sempre atrapalha a oração.
Quase tudo que diz respeito ao ministério
pode ser aprendido com uma média porção de
inteligente esforço. Não é difícil pregar, ou
gerenciar atividades da igreja ou atender compromissos
sociais; casamentos e funerais podem
ser dirigidos sem problemas com um pouco de
ajuda de um Manual do Ministro. Pode-se
aprender a fazer sermões tão facilmente como
fazer sapatos – introdução, conclusão e só. E
assim é com todo o trabalho do ministério como
se tem levado na igreja normal de hoje.
Mas orar – isso é outro assunto. Aqui de
nada serve a ajuda de um Manual do Ministro.
Aqui o solitário homem de Deus tem de
combater sozinho, às vezes com jejuns e lágrimas
e fadigas indizíveis. Ali cada homem tem de ser
original, porque a verdadeira oração não pode ser
imitada nem pode ser aprendida de outrem. Cada
um tem de orar como se só ele pudesse orar, e
sua aproximação tem de ser individual e independente;
independente de todos, menos do Espírito
Santo.
Thomas à Kempis diz que o homem de
Deus deve sentir-se mais à vontade em seu
quarto de oração do que diante do público. Não
é exagero dizer que o pregador que gosta de estar
diante do público dificilmente se encontra espiritualmente
preparado para estar diante dele. É
mais provável que a correta oração torne o
homem hesitante em aparecer diante de uma
audiência. O homem que realmente se sente à
vontade na presença de Deus se verá preso numa
espécie de contradição interior. Ele provavelmente
sentirá de forma tão aguda sua responsabilidade
que preferiria fazer qualquer outra coisa
a encarar um auditório; e contudo a pressão
sobre seu espírito pode ser tão grande que nem
cavalos selvagens o poderiam arrancar do seu
púlpito.
Nenhum homem deveria se colocar
diante de uma audiência sem antes ter estado
diante de Deus. Muitas horas de comunhão
deveriam preceder uma hora no púlpito. O
quarto de oração deveria ser mais familiar que a
plataforma pública. A oração deveria ser contínua;
a pregação, intermitente.
É de notar que as escolas ensinam tudo
sobre a pregação, exceto a parte importante, a
oração. Não se deve censurar as escolas por
causa dessa fraqueza, pela razão que a oração não
se pode ensinar; ela somente pode ser praticada.
O melhor que qualquer escola ou qualquer livro
(ou qualquer artigo) pode fazer é recomendar a
oração e exortar a que seja praticada. A oração
mesma tem de ser trabalho do indivíduo. E é
justamente o trabalho religioso que, feito com
pouco entusiasmo, se torna uma das grandes
tragédias dos nossos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário